A cirurgia bariátrica é um dos procedimentos mais eficazes e indicados para o tratamento da obesidade e das doenças metabólicas. No Brasil, o primeiro procedimento deste tipo foi realizado ainda nos anos 1950. De lá para cá, a medicina avançou bastante, novas técnicas surgiram e os procedimentos se tornaram mais seguros e menos invasivos. De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), apenas entre 2011 e 2018, houve um crescimento de quase 85% no número total de cirurgias realizadas no país. Desde a sua fundação, em 1999, o Instituto de Medicina Sallet realizou mais de 15 mil procedimentos cirúrgicos bariátricos e metabólicos por via laparoscópica.
Apesar de toda essa trajetória, ainda há muitas dúvidas a respeito do procedimento. Selecionamos cinco fatos importantes sobre a cirurgia bariátrica que você precisa conhecer antes de se submeter ao procedimento. Acompanhe!
Descubra 5 verdades importantes sobre a cirurgia bariátrica
Antes de tudo, é importante destacar que, embora exista bastante informação disponível quanto aos benefícios e resultados comprovados da cirurgia bariátrica no combate à obesidade e no tratamento de doenças metabólicas, muitas pessoas que passam pelo procedimento se surpreendem com algumas situações.
Por esse motivo, é crucial buscar informações de fontes confiáveis antes de realizar o procedimento — como entidades médicas, centros de apoio ao paciente bariátrico e institutos especializados no tratamento da obesidade.
1. A cirurgia bariátrica não é indicada para qualquer pessoa acima do peso
Há diferentes formas de tratamento para quem está acima do peso, e a bariátrica é apenas uma delas.
De modo geral, a indicação da cirurgia bariátrica é feita para quem tem IMC (Índice de Massa Corporal) superior a 40 ou que tenha IMC maior do que 35 e apresente comorbidades (doenças relacionadas à obesidade, como diabetes e hipertensão), após apresentarem resultados insuficientes com o tratamento clínico convencional por mais de dois anos.
Podem haver contra indicações em casos de pacientes com deficiência intelectual acentuada, transtornos psiquiátricos não controlados, compulsões, presença de determinadas doenças genéticas e fatores de risco cirúrgico.
Somente o médico, apoiado por uma equipe multidisciplinar poderá definir o diagnóstico. Apenas em 10% dos casos de obesidade a cirurgia bariátrica é indicada.
2. Mesmo quem faz a cirurgia bariátrica pode voltar a engordar
A perda de peso obtida com a cirurgia bariátrica é eficiente e duradoura, desde que haja uma real mudança de hábitos e sejam seguidas as recomendações da equipe transdisciplinar.
Caso isso não ocorra, pode haver reganho de peso. Um acompanhamento pós-operatório que envolve retorno com o cirurgião, acompanhamento com nutricionistas, consultas com psicólogo, preparador físico e o apoio familiar são vitais para o sucesso do tratamento.
3. Pacientes bariátricos precisam fazer uso de suplementação vitamínica e seguir uma dieta mesmo após operados
O paciente que realizou a cirurgia bariátrica precisará fazer suplementação para repor nutrientes e vitaminas que o seu sistema deixará de absorver ou que passará a absorver parcialmente.
Dependendo da técnica utilizada e devido ao desvio da passagem dos alimentos, a absorção de alguns nutrientes é modificada. Por isso, em alguns casos, ainda que a alimentação seja realizada corretamente, a quantidade de proteínas ingeridas apenas nas refeições não mostra-se suficiente, principalmente nos primeiros seis meses de pós-operatório. A falta desse nutriente pode desencadear uma série de desequilíbrios, tais como redução da imunidade, queda de cabelo, enfraquecimento das unhas, além da perda de massa magra. Para evitar essas e outras questões, é indicada a suplementação pós-cirurgia bariátrica como forma de complementar a alimentação.
4. Mulheres que se submetem à cirurgia bariátrica devem adiar a gravidez
A obesidade é um dos fatores que afetam a fertilidade feminina. Com a perda de peso proporcionada pela bariátrica, as possibilidades de uma gravidez de risco podem ser elevadas.
O organismo leva tempo para se recuperar de uma cirurgia bariátrica, por isso muitos médicos indicam a gestação após 2 anos da realização do procedimento. É habitual que os pacientes sofram de intolerâncias alimentares e vômitos nos primeiros meses da cirurgia, além da dieta apresentar uma redução de calorias bastante significativa. Esses efeitos da cirurgia causam grandes impactos no organismo da mulher, podendo prejudicar a gestação. Por isso, um dos principais cuidados é aguardar o prazo de recuperação da cirurgia, que é de 18 meses, em média.
Ao seguir as recomendações do pós operatório, a mulher pode ter uma gravidez normal e saudável. Assim, sua perda de peso estará mais estabilizada e o processo de emagrecimento não terá efeito nocivo no desenvolvimento do bebê.
5. Após a realização de um procedimento bariátrico, o paciente deve ser acompanhado por uma equipe transdisciplinar
A cirurgia bariátrica tem resultados tão consistentes por promover mudanças no estilo de vida do paciente antes e depois do procedimento. Para isso, o acompanhamento de uma equipe formada por diferentes especialistas é decisivo para o sucesso do tratamento.
Esta equipe, é formada por psicólogo, endocrinologista, nutricionista, preparador físico e outros especialistas, que acompanharão e orientarão o paciente após a cirurgia para ajudá-lo a garantir resultados duradouros. Trabalhar com uma equipe transdisciplinar permite acompanhar o paciente e prestar um atendimento de forma integral. A obesidade é uma doença multifatorial, portanto, com cada profissional focado em uma especialidade, aspectos diferentes da saúde do paciente são acompanhados de modo mais completo e eficaz.
Essa abordagem colaborativa e integrada é importante, pois as necessidades do paciente são múltiplas e complexas, o que demanda uma combinação de intervenções e ações de cada disciplina médica.
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