Cirurgias de redução de estômago não são indicadas para todos os pacientes. Saiba quando e por que fazer?
Você sabe o que é e como funciona uma cirurgia bariátrica? Neste artigo, esclarecemos algumas dúvidas importantes sobre este procedimento que, muitas vezes, é a indicação para pacientes que sofrem de problemas relacionados à obesidade.
A obesidade está associada ao desenvolvimento de doenças, as chamadas comorbidades, à diminuição da qualidade de vida e ao aumento no risco de morte precoce daqueles que sofrem com o excesso de peso.
Reeducação alimentar e exercícios físicos são os tratamentos iniciais indicados, mas quando o paciente não consegue atingir o objetivo e seu volume corporal oferece riscos à sua saúde, a cirurgia bariátrica pode ser a solução.
São considerados obesos indivíduos com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30, no entanto, há diferentes graus de obesidade: de 30 a 34,9 – obesidade grau I; entre 35 e 39,9 – obesidade grau II e acima de 40 – obesidade grau III. Aqueles que já atingiram o grau III ou estão no grau II, mas apresentam comorbidades, são casos em que a cirurgia é indicada.
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A cirurgia bariátrica deve ser combinada a um plano de tratamento abrangente para manter a perda de peso em longo prazo e ajudar na recuperação da saúde. A intervenção impõe mudanças significativas nos hábitos alimentares do paciente que devem ser acompanhadas por uma equipe médica multidisciplinar, durante e após a intervenção cirúrgica.
Muitas vezes, o acompanhamento psicológico e o apoio da família são aconselháveis em todas as fases do processo.
Gastroplastia, cirurgia bariátrica ou cirurgia de Redução de estômago
Basicamente, a cirurgia bariátrica é um procedimento que promove uma alteração na anatomia do sistema digestivo. Pode ser feita somente a diminuição do tamanho do estômago ou a diminuição somada a um desvio do trânsito intestinal.
Benefícios da cirurgia bariátrica
São muitos os benefícios da cirurgia, tais como:
- Perda de peso considerável – Esse é o fator que irá desencadear todos os outros benefícios. Aqui é interessante notar a quebra do ciclo vicioso de emagrecer e ganhar peso, ajudando o paciente a manter a perda em longo prazo.
- Melhora e remissão do diabetes tipo 2 – Após a cirurgia, grande parte dos pacientes consegue manter o nível de glicemia controlado e, muitas vezes, para de tomar remédios indo contra o que se pensava no passado, que o diabetes era uma doença progressiva e incurável.
- Redução do risco de morte – A remissão de doenças associadas e a diminuição do risco de desenvolver alguma comorbidade é um fato marcante nos benefícios da cirurgia. Há redução da ocorrência de hipertensão, diabetes, problemas cardíacos, desgaste precoce de articulações, melhoria do sono, entre outros. A qualidade de vida e de saúde melhoram, garantindo longevidade.
- Diminuição do uso de remédios – indivíduos que atingem seu peso ideal, diminuem ou cessam totalmente o uso de remédios para tratar problemas relacionados à obesidade.
- Autoestima – A criação de uma nova imagem após a perda de peso, a redução de medidas e o novo estilo de vida são fatores importantes que ajudam na motivação, autoconhecimento e despertam a sensação de segurança e impulsionam conquistas individuais em outras esferas da vida de um paciente que passa por uma intervenção de redução de estômago.
- Hábitos saudáveis – Após a cirurgia, uma nova rotina de alimentação é necessariamente criada. Com uma nova dieta e consequente perda de peso, pacientes que passam por processos cirúrgicos ganham disposição para a prática de atividades físicas. Todas essas mudanças ajudam o paciente a valorizar mais o bem-estar e a saúde, o que irá impactar positivamente todas as suas escolhas futuras.
Riscos
É preciso lembrar que cirurgias bariátricas, como qualquer procedimento hospitalar, oferecem riscos aos pacientes. Ainda que sejam procedimentos cirúrgicos muito seguros, existem condições clínicas e histórico médico individuais que podem oferecer riscos pós-operatórios:
- Adaptações físicas – Como é feita uma alteração anatômica, há o risco de o alimento passar muito rápido do estômago para o intestino nas primeiras semanas pós-cirurgia, e isso pode causar queda de pressão, diarreia, sudorese, náuseas, fraqueza, taquicardia e cefaleia.
- Desnutrição – Uma vez que a ingestão de alimentos diminui brutalmente em função da diminuição do estômago, o paciente poderá sofrer carência de macro ou micronutrientes, como vitaminas e minerais. Se a cirurgia incluir o desvio intestinal, a absorção dos nutrientes é ainda mais reduzida, aumentando as chances de desnutrição.
- Flacidez – Após a grande perda de peso, é comum que sobre um grande excesso de pele devido à rápida diminuição de volume corporal. Embora seja um resultado esperado e desejado, a condição pode gerar problemas de autoestima, e, por isso, é recomendado que os pacientes passem por uma avaliação com cirurgião plástico.
- Transtornos alimentares – Sob o ponto de vista comportamental, esse é um dos maiores problemas relacionados ao pós-operatório de pacientes que se submetem aos procedimentos de redução de estômago. É possível que o paciente que já tinha um transtorno não identificado, tenha o comportamento intensificado e volte a engordar.
- Outros vícios – Muitos obesos se alimentam compulsivamente para preencher um vazio emocional. Nesses casos, o paciente pode não ser capaz de lidar com a mudança na dieta e desenvolver outros vícios para preencher o vazio que a alimentação deixou. Alguns pacientes até podem transferir a compulsão por comida por outros vícios, como compras, álcool ou jogos.
A cirurgia bariátrica é um passo importante de uma nova jornada repleta de descobertas e adaptações, que gera benefícios de curto, médio e longo prazos! Apesar de todos os riscos citados, os benefícios, na maioria dos casos, fazem com que a cirurgia de redução de estômago seja indicada e traga sucesso no tratamento.
É preciso ter em mente que a cirurgia bariátrica é uma ótima ferramenta de tratamento para os obesos, mas muito mais do que emagrecer, ela deve provocar no paciente a necessidade de fazer as pazes com o hábito de se alimentar e com o próprio corpo.
Faça uma avaliação com um profissional de sua confiança e especializado no assunto, ele certamente lhe orientará sobre qual é o melhor caminho a seguir.
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