O objetivo das operações bariátricas é comumente a perda de peso. Mas, entre as metas do paciente, também deve estar a manutenção ou alcance da saúde nutricional, evitando deficiências de micronutrientes e perda de massa corporal magra. Para isso, a suplementação pós-cirurgia bariátrica pode ser uma aliada essencial.
As deficiências de micronutrientes após a cirurgia bariátrica podem surgir de vários mecanismos que incluem deficiência pré-operatória, ingestão alimentar reduzida e má absorção de nutrientes.
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Deficiências Nutricionais
Desse modo, as causas de deficiências nutricionais na obesidade são multifatoriais. Por isso, elas incluem o consumo excessivo de alimentos com alta densidade energética e baixa qualidade nutricional, biodisponibilidade limitada de alguns nutrientes (por exemplo, vitamina D), estado de inflamação que afeta o metabolismo do ferro e o supercrescimento bacteriano no intestino delgado. Essas condições podem levar o paciente a algumas deficiências vitamínicas – como, por exemplo, tiamina, vitamina B12 e vitaminas lipossolúveis.
Ao realizar a cirurgia bariátrica, devido à limitação na ingestão e à dificuldade na absorção de diferentes nutrientes, o risco de desenvolver deficiências nutricionais torna-se ainda maior, sendo necessário, muitas vezes, recorrer por isso à suplementação pós-cirurgia bariátrica, evitando quadros de perda óssea, anemia, neuropatia periférica, danos irreversíveis e complicações evitáveis.
De fato, conforme um estudo, divulgado na publicação Bariatric Surgical Practice and Patient Care, entre os adultos submetidos à cirurgia bariátrica, 73% tiveram pelo menos uma deficiência nutricional.
Nesse contexto, é comum que o médico responsável indique a suplementação de ácido fólico; citrato de cálcio e vitamina D; ferro; vitaminas lipossolúveis (como vitaminas A, D, E e K); polivitamínicos e minerais; selênio; vitamina B12; zinco e cobre. Aqui, vale lembrar de que as recomendações diferem dependendo do procedimento ao qual o paciente foi submetido, entre outros fatores.
Entre as maiores deficiências de macronutrientes, destaca-se a proteína. Quanto a isso, é importante saber que a necessidade proteica no período pós-cirúrgico imediato se torna ainda maior. Sua inadequação pode causar diversos problemas, tais como perda excessiva de massa magra, queda acentuada do cabelo, redução da imunidade e enfraquecimento de unhas.
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Suplementação pós-cirurgia bariátrica
A recomendação geral é de que pacientes submetidos à cirurgia bariátrica devem consumir cerca de 60 a 120 gramas de proteína por dia, sendo indispensável a priorização de proteínas de alto valor biológico (que contém todos os aminoácidos essenciais em quantidades e proporções ideais para atender às necessidades orgânicas).
Ainda, a qualidade da fonte de proteína também é muito importante, principalmente no que diz respeito à quantidade de leucina, que ajuda a manter o tecido magro do paciente. No entanto, a quantidade de leucina dos alimentos varia bastante, embora alguns sejam naturalmente ricos em leucina, incluindo produtos de soja, ovos, carne e lentilha.
Levando em consideração a dieta restritiva, o paciente não consegue ingerir a quantidade necessária apenas com a alimentação e, por isso, é prescrito o uso de suplementos proteicos que, variam de acordo com a necessidade e a aceitabilidade de cada paciente.
Para a complementação proteica são comumente indicados: caseína, a albumina, o isolado proteico de soja, proteína de ervilha ou arroz (que são fonte de proteínas vegetais que podem ser indicadas para pacientes vegetarianos, por exemplo) e whey protein, que pelo fato de melhor absorção e mais saciedade, é o mais indicado.
Assim, complementar a alimentação com suplementação oral ou endovenosas é uma boa alternativa para fazer reposição de nutrientes, evitando que o paciente tenha anemia ou desenvolva outros problemas de saúde.
No entanto, ainda assim, é válido lembrar de que a suplementação pós-cirurgia bariátrica deve ser prescrita pelo nutricionista que já acompanha o paciente em todo processo cirúrgico. Em hipótese alguma o paciente deve buscar suplementos alimentares por conta própria – isso pode levar a problemas de saúde, assim como a automedicação.
O especialista fará as recomendações de modo embasado. Por exemplo, ele deverá solicitar exames de sangue (hemograma completo, eletrólitos, perfil lipídico, glicose e funções hepáticas e renais) para averiguar o que, de fato, deve ser suplementado. O status vitamínico e mineral do paciente costuma ser avaliado a cada três meses no primeiro ano pós-operatório, a cada seis meses no segundo ano e, depois, anualmente.
Ainda com dúvidas sobre o tema? Baixe agora o nosso Guia de Pós-operatório da Cirurgia Bariátrica.
Respostas de 3
Gostaria de indicação de vitamina que tenha tudo que preciso em um só comprimido
Olá, Mônica!
É necessário a consulta com uma de nossas nutricionistas e exames para entender qual a vitamina ideal para você.
A falta desses suprimentos pode nos levar há ganhar peso.