No último dia 06 de dezembro, a equipe do Instituto de Medicina Sallet participou do Fórum de Cirurgia Bariátrica e Metabólica promovido pela Medtronic em seu centro de inovação em São Paulo. O Dr. José Afonso Sallet palestrou sobre os “Dilemas da cirurgia bariátrica e metabólica – a escolha das técnicas cirúrgicas” – para uma plateia de convidados formada por renomados especialistas em suas áreas.
A definição da melhor técnica cirúrgica
O fórum primou pelo debate de situações diferenciadas e de difícil decisão ou controle dentro da especialidade cirúrgica da obesidade. Foram tratadas situações de para a escolha da técnica cirúrgica – tema principal da palestra – bem como os critérios de definição da melhor indicação conforme a individualidade e histórico de vida de cada paciente. Sabendo que essa individualização da técnica é fundamental para os resultados positivos a curto, médio e longo prazos, os debatedores concordaram que é fundamental realizar um criterioso estudo do paciente no pré-operatório. Esta investigação, necessariamente, envolve uma equipe formada por vários profissionais, tais como o psicólogos e psiquiatras (quando necessário), nutricionistas, endocrinologistas, orientadores de atividades físicas e membros da equipe cirúrgica.
Também é de fundamental importância conhecer o nível de obesidade de cada paciente e as doenças metabólicas associadas apresentadas, principalmente, se o paciente está diabético e hipertenso. A partir desses fatores é que será definida, junto ao paciente, qual a melhor técnica cirúrgica aplicada.
Cabe lembrar que o bom resultado de qualquer procedimento cirúrgico, seja qual a técnica utilizada, depende muito de o paciente fazer sua parte, realizando a proposta de mudança comportamental assumida, auxiliado pela cirurgia bariátrica e metabólica e suporte da equipe interdisciplinar.
Cirurgia bariátrica e metabólica revisional
Um outro tema de muita relevância abordado foram as cirurgias revisionais nos casos de reganho de peso significativo no médio e longo prazo ou recidiva das doenças metabólicas associadas à obesidade. Conhecemos algumas técnicas que são amplamente preconizadas em casos de procedimentos mais simples como a banda gástrica ou gastrectomia vertical. Já, em outras técnicas, como o bypass gástrico, a cirurgia revisional se torna mais complexa e exige uma investigação muito maior.
É fundamental saber que, a cirurgia revisional, em qualquer caso, será a última alternativa recomendada. Quando o paciente começa a apresentar reganho de peso ou recidiva das doenças associadas, ele precisa ser muito bem acolhido pela equipe interdisciplinar no sentido de resgatar a proposta inicial da cirurgia. Faz se necessário investigar as causas do reganho de peso, avaliar a técnica cirúrgica primária, bem como descartar problemas anatômicos do procedimento realizado.
A primeira escolha é o tratamento medicamentoso, apoiado pela equipe de endocrinologia. Alguns procedimentos endoscópicos são propostos para a investigação complementar. A cirurgia revisional, realmente, acontece em última instância, quando se detecta uma falha na cirurgia primária e as demais alternativas de evitar um novo procedimento não surtem o efeito desejado. Isto ocorre porque, é sabido, que as cirurgias revisionais apresentam risco maior de complicações que a cirurgia primária, além de alcançarem sucesso em menos de 50% dos casos.
O tratamento da obesidade em pacientes com câncer
Outro tópico muito debatido no fórum dentro do tema obesidade foi o aumento da incidência de câncer de aparelho digestivo, endométrio, pele e ginecológico em pacientes obesos. O evento contou com a participação de especialistas renomados na área de oncologia clínica, carcinogênese e cirurgia oncológica que puderam apresentar seus casos e discutiram sobre o aumento da incidência dessa doença em pacientes obesos. Entretanto, o tratamento da obesidade tende a diminuir essa incidência mesmo em pacientes de câncer diagnosticado.
Os pacientes que estão em tratamento da obesidade têm uma resposta melhor aos tratamentos adjuvantes se comparados aos que continuam com excesso de peso. Estes fatores evidenciam a importância do tratamento da obesidade na prevenção de canceres do aparelho digestivo e ginecológicos, assim como melhora significativa no quadro clínico dos pacientes.
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