A live mediada pelo Dr. José Afonso Sallet, médico-cirurgião e CEO do Instituto de Medicina Sallet em junho de 2021 teve a participação da Dra. Ana Caroline Fontinele, que também integra o time de cirurgiões do Instituto. Durante o evento, os profissionais debateram sobre a indicação cirúrgica, técnicas e acompanhamento de pacientes bariátricos. A conversa esclareceu as principais dúvidas dos pacientes sobre diversos aspectos importantes que envolvem a cirurgia bariátrica.
Em nosso país, há um grande número de pessoas acima do peso – cerca de 120 milhões de brasileiros já possuem indicação de intervenção cirúrgica para tratar a obesidade. Por isso, é tão importante abordar esse tema.
A seguir, confira um resumo das informações apresentadas nesta live focada em questões relevantes sobre a cirurgia bariátrica.
Para quem é indicada a cirurgia bariátrica?
A cirurgia bariátrica é indicada para quem tem o IMC acima de 40, obesidade grau III ou, ainda, pacientes com obesidade grau II, com IMC a partir de 35 que tenham algum problema de saúde como pressão alta, apneia do sono ou diabetes.
Pacientes com diabetes, por exemplo, podem ser bastante beneficiados pela cirurgia bariátrica, pois a perda de peso auxilia no controle da diabetes tipo 2. Esse procedimento contribui também para a redução de um hormônio chamado Grelina, que é o “famoso” hormônio da fome. Com isso, o paciente tem mais facilidade para se manter dentro do plano alimentar proposto.
A indicação deve ser feita a partir de cada caso, demandando o estudo de qual técnica é mais indicada. Além disso, o paciente será preparado para as mudanças comportamentais, indispensáveis para garantir e manter os resultados obtidos com o procedimento.
Quais os outros procedimentos cirúrgicos são autorizados para tratamento de obesidade, além das já conhecidas Bypass e Sleeve?
Além desses procedimentos, existem outras técnicas, tais como a banda gástrica, que já não é tão utilizada aqui no Brasil e nem em outros lugares do mundo, por apresentar resultados limitados a longo prazo.
Podemos citar também as técnicas de Scopinaro e o Duodenal Switch, que embora possam gerar uma perda de peso significativa e melhora das doenças metabólicas associadas, podem ocasionar diversos efeitos colaterais consideráveis. Por isso, são indicadas apenas para casos mais específicos.
Como é o preparo pré-operatório da cirurgia bariátrica?
O resultado da cirurgia bariátrica depende de um pré-operatório bem feito. Nessa etapa, o paciente é avaliado fisicamente por meio de exames que variam conforme cada caso.
Ele também passará pelo atendimento pré-procedimento da equipe transdisciplinar — incluindo a avaliação de profissionais da psicologia, nutrição e endocrinologia, também buscando a checagem de eventuais comorbidades – como diabetes, hipertensão ou doenças cardíacas – que possam impactar no tratamento.
Pacientes com glicemia alta, por exemplo, exigem um pré-operatório bastante específico e cuidadoso. Isso é fundamental para minimizar o risco cirúrgico, entre outras questões.
Quais são as contraindicações para cirurgia bariátrica e metabólica?
Não há uma contraindicação absoluta para a realização da cirurgia bariátrica. Entretanto, há situações que exigem um tratamento preliminar antes do procedimento cirúrgico, como os casos de compulsão alimentar ou alcoolismo.
Quanto tempo leva o procedimento cirúrgico?
Em razão de um pré-operatório bem otimizado, hoje é possível que a cirurgia seja menos agressiva e exija menos permanência hospitalar, com um retorno mais breve possível.
O tempo em cirurgia tende a variar entre 50 minutos e 1 hora e 30, sendo que a maioria dos pacientes recebe alta hospitalar nas primeiras 24 horas pós-procedimento.
Qual o impacto da cirurgia sobre a Covid-19?
O principal grupo de risco para a evolução de complicações graves é o de pacientes com obesidade e com doenças associadas a esse quadro. Portanto, a cirurgia bariátrica pode ajudar a proteger os pacientes de um quadro evolutivo mais grave.
Isso foi comprovado em um estudo feito pelos cirurgiões do Instituto Sallet, que acompanharam 1.500 pacientes que se submeteram ao procedimento em um ano. Desses, em torno de 1%, tiveram Covid-19 no período pós-operatório e apenas 2 desses pacientes precisaram realizar internação hospitalar. Nenhum precisou ir para a UTI.
O que é o efeito platô?
O efeito platô geralmente acontece seis meses após a cirurgia e é uma condição na qual o organismo “estaciona” em um certo peso. Isso não deve ser uma grande preocupação porque ele é um equilíbrio que o seu corpo se propõe a fazer quando você perde peso de forma muito abrupta.
Já a recidiva de peso, popularmente conhecida como reganho, ocorre quando está acima de 10% do peso perdido, é um sinal de alerta para que haja um acompanhamento mais próximo do quadro.
O acompanhamento com a equipe transdisciplinar deve se manter anualmente para monitorar o comportamento e os novos hábitos do paciente. Caso o paciente apresente recidiva de peso pós-cirúrgico entre 20% a 50%, esse acompanhamento deve se tornar mais frequente afim de equilibrar o quadro e investigar os motivos que podem estar prejudicando o resultado da bariátrica.
Assista à live completa em nosso canal no YouTube ou Instragram e confira esse bate-papo com os nossos especialistas.
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