O uso de adoçantes segundo a Organização Mundial da Saúde: uma perspectiva atualizada
O consumo excessivo de açúcar tem sido associado a uma série de problemas de saúde, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Como alternativa ao açúcar, os adoçantes artificiais e de baixas calorias ganharam popularidade. No entanto, surgiram debates e preocupações sobre a segurança desses adoçantes e seus potenciais efeitos na saúde. Neste artigo, discutiremos o uso de adoçantes segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), com base em suas diretrizes mais recentes. Tipos de Adoçantes e seu Uso: Existem diferentes tipos de adoçantes disponíveis no mercado, incluindo adoçantes artificiais, como aspartame, sacarina e sucralose, e adoçantes naturais de baixas calorias, como stévia e eritritol. Os adoçantes artificiais são intensamente doces e não fornecem calorias significativas, enquanto os adoçantes naturais têm origem vegetal e fornecem algumas calorias, embora em quantidades menores do que o açúcar convencional. Diretrizes da OMS: A OMS tem monitorado e avaliado os adoçantes em relação à segurança e ao consumo recomendado. De acordo com as diretrizes mais recentes, publicadas em 2014, a ingestão diária aceitável (IDA) para adoçantes artificiais, como aspartame e sacarina, foi estabelecida em uma proporção de até 0-5 miligramas por quilograma de peso corporal. Isso significa que uma pessoa de 70 kg pode consumir com segurança até 350 mg desses adoçantes por dia. No caso dos adoçantes naturais, como a estévia, a OMS não estabeleceu uma IDA específica, mas considerou-os seguros para consumo, desde que dentro dos limites diários recomendados. No entanto, é importante observar que alguns produtos à base de estévia podem conter outros ingredientes adicionados, portanto, a leitura dos rótulos e a escolha de produtos de qualidade são essenciais. Benefícios e Preocupações: O uso de adoçantes pode trazer benefícios significativos, especialmente para indivíduos que buscam reduzir o consumo de açúcar e controlar o peso. Os adoçantes artificiais e naturais de baixas calorias podem ajudar a reduzir a ingestão calórica, sendo uma opção viável para pessoas com diabetes ou em programas de perda de peso. No entanto, surgiram algumas preocupações sobre os adoçantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou, no dia 15/05, uma nova diretriz informando que não recomenda o uso de adoçantes sem açúcar para controle de peso ou para reduzir o risco de doenças crônicas não transmissíveis. A lista inclui adoçantes como sacarina, sucralose, aspartame, stevia e derivados e não se aplica aos açúcares de baixa caloria ou álcoois de açúcar (os chamados polióis, como xilitol e sorbitol). Segundo a organização, a orientação tem como base os resultados de uma revisão sistemática de evidências disponíveis que sugerem que o uso desse tipo de produto não proporciona benefícios a longo prazo na redução corporal em adultos e crianças. Ainda de acordo com a nota da OMS, “os resultados da revisão também sugerem que pode haver efeitos indesejáveis potenciais do uso prolongado de NSS [non-sugar sweeteners – adoçantes sem açúcar, na tradução para o português], como um risco aumentado de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade em adultos.” Recomendações: Com base nas diretrizes da OMS, o uso moderado de adoçantes artificiais e naturais de baixas calorias é considerado seguro. No entanto, é importante lembrar que os adoçantes não são uma solução mágica e devem ser utilizados com moderação. A melhor abordagem para uma alimentação saudável continua sendo uma dieta equilibrada, rica em alimentos naturais e minimamente processados. Além disso, é fundamental consultar um profissional de saúde, como nutricionista ou médico, para obter orientação individualizada sobre o consumo de adoçantes, especialmente para pessoas com condições de saúde específicas, como diabetes ou fenilcetonúria. Com base nas diretrizes da OMS, o uso moderado de adoçantes artificiais e naturais de baixas calorias pode ser uma opção segura para reduzir o consumo de açúcar. No entanto, é necessário um equilíbrio adequado e uma abordagem individualizada. É importante considerar que a alimentação saudável deve se basear principalmente em alimentos naturais e minimamente processados, e o uso de adoçantes deve ser complementar a essa abordagem. Sempre busque orientação de profissionais de saúde qualificados para fazer escolhas conscientes e informadas em relação ao consumo de adoçantes.