Manter uma dieta equilibrada e rica em nutrientes é essencial para a saúde em qualquer fase da vida, mas torna-se ainda mais crucial na terceira idade. Entre os nutrientes mais importantes estão as vitaminas, que desempenham papéis fundamentais na prevenção de doenças e no fortalecimento do sistema imunológico.
Os idosos apresentam condições peculiares que condicionam o seu estado nutricional. Alguns desses condicionantes são devidos às alterações fisiológicas próprias do envelhecimento, enquanto outros são influenciados pelas enfermidades presentes e por fatores relacionados com a situação socioeconômica e familiar. Os fatores mais importantes da má nutrição do idoso são os sociais, tais como perda do cônjuge, depressão, isolamento social e fonte de renda escassa.
Para um planejamento alimentar adequado do idoso é imprescindível a compreensão das peculiaridades inerentes às mudanças fisiológicas naturais do envelhecimento, da análise dos fatores econômicos, psicossociais e de intercorrências farmacológicas associadas às múltiplas doenças que interferem no consumo alimentar e, sobretudo, na necessidade de nutrientes. As doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e osteoporose são condições que também impactam na qualidade de vida da população idosa e tendem a aumentar com a idade. E, com isso, também aumenta a vulnerabilidade às mais diversas condições, como as deficiências nutricionais.
Além disso, outros fatores relevantes para a má nutrição de idosos são: redução da sensibilidade por gostos primários como doce, amargo, ácido e salgado. A visão prejudicada, que pode levar à diminuição do apetite em decorrência da diminuição do reconhecimento dos alimentos e redução do prazer gastronômico. A capacidade de mastigação comprometida devido ao aparecimento frequente de cáries, o uso de próteses inadaptadas e à ausência de dentes. Além disso, a utilização de remédios por longo período de tempo que interferem na digestão, e absorção de nutrientes pode, também, ocasionar desnutrição nos idosos, além de propiciarem o aparecimento de anorexia.
De maneira geral, é recomendado especial atenção à ingestão de líquidos; Carboidratos, como arroz, massa, batata, frutas; Gorduras boas, como castanhas, nozes e abacate. Proteínas como, carne, peixe, frango. E também, é importante realizar o consumo de micronutrientes, como vitaminas e minerais.
A ausência de nutrientes pode afetar em diversos aspectos a terceira idade. Veja os sintomas das deficiências vitamínicas e micronutrientes observadas em idosos e quais os sintomas mais comuns:
Vitamina D: dores musculares e ósseas, fadiga, dificuldade de cicatrização, aumento de suscetibilidade a infecções e alterações de humor.
Cálcio: cãibras musculares, formigamento nas mãos e pés, unhas quebradiças, cáries e alterações dentárias, osteoporose e maior risco de fraturas.
Vitamina do Complexo B: confusão mental, dificuldade de concentração, falta de coordenação motora, anemia, dificuldade em andar e feridas nas mucosas como lábios e narinas.
Ferro: cansaço extremo, palidez, desejo de comer substâncias não alimentares como gelo, terra, tinta ou cinzas, feridas dolorosas nos cantos da boca, falta de apetite e queda de cabelo.
As principais vitaminas que os idosos devem incluir na sua dieta e considerar eventuais suplementações são:
- Vitaminas do Complexo B: fundamentais para a saúde do sistema cardiovascular e para o bom funcionamento do sistema nervoso central.
- Vitamina A: contribui para a saúde da pele e da visão.
- Vitamina C: fundamental para o fortalecimento do sistema imunológico, tem funções cicatrizantes e na prevenção de doenças cardíacas.
- Vitamina D: ajuda a manter ossos saudáveis, aumenta a força muscular e o metabolismo.
Dentre os minerais, especial atenção deve ser dada ao Ferro, Zinco e Cálcio. Além destes, idosos devem ter cuidado prioritário com a suplementação com creatina, aminoácido importante para auxiliar na manutenção da massa e força muscular.
Usufruir dos benefícios de uma suplementação nutricional individualizada pode elevar a qualidade de vida dessa população, ajudando a manter o estado nutricional, a saúde óssea e o sistema imunológico, além de previnir doenças, reduzir risco de quedas e fraturas e minimizar os sinais e sintomas inerentes à muitas das doenças.
Margaretth Arruda,
Nutricionista clínica, Co-diretora e Coordenadora da Equipe Transdisciplinar do Instituto de Medicina Sallet.