A obesidade, condição globalmente crescente, tem sido cada vez mais associada a um risco aumentado para o desenvolvimento de diversos tipos de cânceres. A relação entre essas duas condições complexas é um tema de grande interesse para a comunidade científica e de saúde pública. A prevalência da obesidade tem aumentado consideravelmente, sendo classificada já como uma epidemia mundial. Neste artigo, exploraremos como essa relação se estabelece e quais os mecanismos envolvidos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2022, mais de 1,9 bilhão de adultos eram considerados obesos. Este aumento é atribuído a fatores como mudanças na dieta, sedentarismo e hábitos de vida contemporâneos. Segundo o Atlas da Obesidade a previsão é que em 2025, a estimativa seja de 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.
Nos últimos anos, diversas pesquisas têm apontado uma relação preocupante entre a obesidade e o aumento do risco de desenvolvimento de certos tipos de cânceres. Entre eles, estão os localizados no trato digestivo: esôfago, estômago, pâncreas, fígado, vesícula biliar e intestino (cólon e reto); Os cânceres hormono-dependentes: mama (pós-menopausa), endométrio e ovário e alguns outros tipos, como: rins, meningioma, tireoide, mieloma múltiplo.
Como a Obesidade Aumenta o Risco de Câncer?
A obesidade não causa diretamente o câncer, mas torna o ambiente propício para o desenvolvimento da doença. Diversos mecanismos biológicos explicam essa associação:
A conexão entre obesidade e câncer pode ser explicada por diversos mecanismos biológicos:
- Inflamação Crônica: A obesidade é frequentemente associada a um estado de inflamação crônica, que pode promover o desenvolvimento de câncer. A gordura acumulada libera citocinas inflamatórias que podem afetar a sinalização celular e contribuir para o crescimento tumoral.
- Hormônios: A gordura corporal produz hormônios, como o estrogênio. Níveis elevados de estrogênio, especialmente em mulheres, estão relacionados a um risco aumentado de câncer de mama e endométrio.
- Resistência à Insulina: A obesidade pode levar à resistência à insulina, resultando em altos níveis de insulina no sangue, que têm sido associados a um risco aumentado de câncer.
- Alterações no Microbioma: A composição das bactérias intestinais pode ser alterada pela obesidade, o que pode impactar a inflamação e a resposta imune, influenciando o desenvolvimento do câncer.
Fatores de Risco e Prevenção
Além da obesidade, outros fatores de risco para o câncer incluem:
- Idade: O risco de desenvolver câncer aumenta conforme a idade.
- Histórico familiar: Ter parentes próximos que tenham câncer ou que tenham tido, aumenta esse risco.
- Hábito de fumar: O tabagismo é um dos principais fatores de risco para diversos tipos de câncer.
- Consumo excessivo de álcool: O consumo excessivo de álcool está associado a um maior risco de certos tipos de câncer.
Prevenção e Controle
A relação entre obesidade e câncer destaca a importância de estratégias de prevenção. Promover hábitos saudáveis, como uma dieta balanceada e a prática regular de exercícios físicos, pode não apenas ajudar na manutenção de um peso saudável, mas também a reduzir o risco de vários tipos de câncer. Compreender essa conexão é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de intervenção. Caso precise de ajuda, conte com a equipe transdisciplinar do Instituto de Medicina Sallet e agende uma consulta.